16 de agosto de 2011

De noite e de dia


O que não faltam aqui no Chiado/Bairro Alto são ruelas fofas, com bares e lojinhas bacanas. A minha rua fervilha quase todas as noites com hordas de gringos e de portugueses, em menor número.
Mas há uma rua que tem tudo para ser a minha preferida, a Rua da Bica. Estive nela num sábado à noite e aprendi que em Lisboa a noite funciona da seguinte forma: começa no alto e vai terminar no Tejo. A Rua da Bica está no ponto intermediário e parece atrair mais lisboetas do que as demais. As pessoas ficam na rua e nos muitos bares, quase todos fazendo alusão à rua em seus nomes (Bicaense, Estrela da Bica e por aí vai).

Hoje voltei de dia à Bica. Parece outra, calma e silenciosa, cortada apenas por seu elevador. Os bares ainda não abriram e é possível ver melhor a arquitetura das casas e o emaranhado de cabos que cria formas geométricas no céu. Vale ler mais sobre a rua neste blog bacana sobre as ruas de Lisboa.
A gratíssima surpresa do passeio da tarde foi o pequeno estabelecimento que atende por A Vizinha. Móveis dos anos 50 e 60, vasos de plantas e temperos na vitrine, este misto de mercearia e bar é o tipo de lugar que dá vontade de imitar em outras cidades. Almoço natureba e delicioso – nunca pensei que suco de cenoura, maçã e gengibre pudesse ser tão bom – o bar (?) está aberto há pouco mais de um mês. É comandado pelo Jorge e pela Ligia que preparam as comidas na hora e de acordo com o que há na casa – o meu suco foi a opção diante da falta de melancia. O clima é informal e acolhedor. As placas avisam: não há serviço de mesa. O cliente tem que ir até o balcão buscar o pedido. Se for uma salada de feijão ou uma tosta de queijo de Nisa, valerá a pena.
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No tal sábado em que estive na Bica, a noite terminou em um estabelecimento sui generis. Nada de cachorro-quente ou filé com queijo para aplacar a fome da madrugada e reunir os mais boêmios. No Sol e Pesca o que se come são enlatados. Atum, polvo, salmão e mais uma penca de bichos do mar preparados das mais diferentes formas e prontos para consumir. Ao atendente mal humorado cabe apenas abrir a lata, fatiar o pão e uma rodela de limão. Fica lotado. Taí outra ideia que estou pensando em imitar.


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