7 de agosto de 2011

Entre gafes e beijos



Sexta passada, primeira noite com amigos portugueses. A essa altura já jantamos e aprendi que filés de peixe-galo são gostosos, que açorda é uma espécie de purê feito de pão, ovo, alho, coentro e otras cositas más, que alheira é bem gostoso e não leva alho (na verdade é
um croquete de carne de aves) e que esparrancado é como o espinafre fica quando transformado em purê.
Já fomos do restaurante a um bar – tudo no quintal de casa, Bairro Alto – e tomamos minis (diminutas garrafas de cerveja com a abertura mais inteligente que já vi – depois fotografo uma) e já assistimos a um show de fado na Alfama, onde se apresentou o namorado de uma das amigas que nos acompanha, melhor dizendo, que nos guia.
Agora estamos num bar prestes a fechar e o Tico me entrega um daqueles cartões de propaganda, tipo Mica, dizendo “isso é muito português”. Diante da imagem da morte com um cajado segurando a placa “Se bebeu, deixe-me conduzir” – e de algumas taças de vinho e cerveja na cabeça – eu não titubeio e devolvo:
- É muito literal mesmo!
Risada geral entre os portugueses, que têm ótimo humor e brincam que “não sabemos mesmo fazer analogias, que burros”. Ruborizada, tento consertar a situação, sem sucesso, e o Tico joga a última pá de cal:
- Na verdade eu tava falando da forma da escrever, da ênclise.
+++
Segundos depois estou dizendo “que bonitinho” pra alguma gíria portuguesa e uma das meninas diz que para os portugueses bonitinho é quando nós dizemos bonitinho.
Que doçura.

2 comentários:

  1. Amiga,

    Amei a vista.
    Fiz cara de "Uóóóó" com o martírio aeroportuário.
    Aguei com a alheira - mas só com ela.
    Viajei horrores no que você pudesse comprar e encher (somente) as amigas de orgulho...

    Mas o bom mesmo foi ser precavido de que, por essas terras, carona de "amigo da vez", nem morto...

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  2. Hahaha

    Sandrito, só você pra escrever um comentário assim :)

    Só não entendi por que você assinou como Processing data...

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